segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Mulheres Possíveis - Martha Medeiros

Mulheres Possíveis
Martha Medeiros

"Eu não sirvo de exemplo para nada, mas, se você quer saber se isso é possível,
me ofereço como piloto de testes. Sou a Miss Imperfeita, muito
prazer. Uma imperfeita que faz tudo o que precisa fazer, como boa profissional,
mãe e mulher que também sou: trabalho todos os dias, ganho
minha grana, vou ao supermercado três vezes por semana, decido o cardápio
das refeições, levo os filhos no colégio e busco, almoço com eles, estudo
com eles, telefono para minha mãe todas as noites, procuro minhas amigas,
namoro, viajo, vou ao cinema, pago minhas contas, respondo a toneladas de
e-mails, faço revisões no dentista, mamografia, caminho meia hora
diariamente, compro flores para casa, providencio os consertos domésticos,
participo de eventos e reuniões ligados à minha profissão e ainda faço
escova toda semana - e as unhas! E, entre uma coisa e outra, leio livros.

Portanto, sou ocupada, mas não uma workaholic. Por mais disciplinada e
responsável que eu seja, aprendi duas coisinhas que operam milagres.
Primeiro: a dizer NÃO. Segundo: a não sentir um pingo de culpa por dizer
NÃO. Culpa por nada, aliás.
Existe a Coca Zero, o Fome Zero, o Recruta Zero. Pois inclua na sua lista a
Culpa Zero.

Quando você nasceu, nenhum profeta adentrou a sala da maternidade e lhe
apontou o dedo dizendo que a partir daquele momento você seria modelo para
os outros. Seu pai e sua mãe, acredite, não tiveram essa expectativa: tudo o
que desejaram é que você não chorasse muito durante as madrugadas e mamasse
direitinho.

Você não é Nossa Senhora. Você é, humildemente, uma mulher.

E, se não aprender a delegar, a priorizar e a se divertir, bye-bye vida
interessante. Porque vida interessante não é ter a agenda lotada, não é ser
sempre politicamente correta, não é topar qualquer projeto por dinheiro, não
é atender a todos e criar para si a falsa impressão de ser indispensável.

É ter tempo. Tempo para fazer nada. Tempo para fazer tudo. Tempo para dançar
sozinha na sala. Tempo para bisbilhotar uma loja de discos.
Tempo para sumir dois dias com seu amor. Três dias. Cinco dias! Tempo para
uma massagem. Tempo para ver a novela. Tempo para receber aquela sua amiga
que é consultora de produtos de beleza. Tempo para fazer um trabalho
voluntário. Tempo para procurar um abajur novo para seu quarto. Tempo para
conhecer outras pessoas. Voltar a estudar. Para engravidar. Tempo para
escrever um livro que você nem sabe se um dia será editado. Tempo,
principalmente, para descobrir que você pode ser perfeitamente organizada e
profissional sem deixar de existir.

Porque nossa existência não é contabilizada por um relógio de ponto ou pela
quantidade de memorandos virtuais que atolam nossa caixa postal. Existir, a
que será que se destina? Destina-se a ter o tempo a favor, e não contra.

A mulher moderna anda muito antiga. Acredita que, se não for super, se não
for mega, se não for uma executiva ISO 9000, não será bem avaliada. Está
tentando provar não-sei-o-quê para não-sei-quem.

Precisa respeitar o mosaico de si mesma, privilegiar cada pedacinho de si.

Se o trabalho é um pedação de sua vida, ótimo!
Nada é mais elegante, charmoso e inteligente do que ser independente.
Mulher que se sustenta fica muito mais sexy e muito mais livre para ir e
vir. Desde que lembre de separar alguns bons momentos da semana para
usufruir essa independência, senão é escravidão, a mesma que nos mantinha
trancafiadas em casa, espiando a vida pela janela.

Desacelerar tem um custo. Talvez seja preciso esquecer a bolsa Prada, o
hotel decorado pelo Philippe Starck e o batom da M.A.C.

Mas, se você precisa vender a alma ao diabo para ter tudo isso, francamente,
está precisando rever seus valores. E descobrir que uma bolsa de palha, uma
pousadinha rústica à beira-mar e o rosto lavado (ok, esqueça o rosto lavado)
podem ser prazeres cinco estrelas e nos dar uma nova perspectiva sobre o que
é, afinal, uma vida interessante".

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

2011 Mudanças vem aí!!!


2011 Mudanças vem aí!!!

Nada do que foi será
De novo do jeito que já foi um dia
Tudo passa
Tudo sempre passará

A vida vem em ondas
Como um mar
Num indo e vindo infinito

Tudo que se vê não é
Igual ao que a gente
Viu há um segundo
Tudo muda o tempo todo
No mundo

Não adianta fugir
Nem mentir
Pra si mesmo agora
Há tanta vida lá fora
Aqui dentro sempre
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar
Como uma onda no mar